1. INTRODUÇÃO
Quando começamos falar em informação precisamos dividi-la em três fases para compreendê-la melhor, ou seja, quando ela é produzida, distribuída e utilizada.
A informação liga o mundo, orienta pessoas, justifica causas, participa na evolução e da revolução do homem, e integra pessoas. Participa na maioria das vezes em tomada de decisões, como elemento organizador, serve de referência ao homem com relação ao seu destino; profissional ou pessoal.
Por causa de toda essa situação não poderemos nunca esquecer da ética, porque ética? Porque é o homem que produz a informação e é o homem que a utiliza. A importância que a informação assumiu na realidade atual recoloca a certeza da ética como fundamental na produção desta informação e muito mais, na sua distribuição para o uso desta informação na maioria às vezes em tomada de decisões que poderá colocar a vida de um ser humano em risco como uma aplicação na bolsa de valores errada, por isso ficaremos limitado com esse trabalho em observar a ética como característica e qualidade em que existe numa fonte geradora, um canal de transferência e um destinatário.
E a ética? Ética é uma palavra de origem grega, com duas origens possíveis. A primeira é a palavra grega éthos, com e curto, que pode ser traduzida por costume, a segunda se escreve éthos, porém com e longo, que significa propriedade do caráter. A primeira é que serviu de base para a tradução latina de moral, que é a forma de agir específico ou concreto. E a segunda é a que, de alguma forma, orienta a utilização da atual que damos à palavra ética. Ou seja, a moral é objeto da ética.
A ética profissional é de extrema importância para todas as profissões, onde se estabelece o laço de relacionamento entre o profissional e seus clientes. Especificamente na área de computação, onde, geralmente, o cliente não entende a complexidade dos produtos como software ou sistemas em geral, uma vez que se trata de uma profissão altamente técnica, está aumentando, significativamente, o número de fraudes entre os profissionais desta área.
A sociedade americana Association for Computing Machinery (ACM), que congrega profissionais e acadêmicos da área de computação em todo o mundo, elaborou um código de ética que contém alguns princípios como: evitar danos a terceiros; conhecer e respeitar as leis existentes, relativas ao trabalho profissional; respeitar a privacidade de terceiros; ser honesto e digno de confiança; articular a responsabilidade social de membros de uma organização e encorajar a aceitação completa das suas responsabilidades (este válido para os líderes organizacionais), etc.
2. PRODUÇÃO DA INFORMAÇÃO
A informação é indicada como símbolo produzido por um gerador para efetivar um processo de transferência.
A definição da produção de informação é definida pelo autor que pesquisamos, Barreto diz, “... estruturas significantes, operacionalizam-se através de práticas bem definidas e se apóia em um processo de transformação orientado por uma racionalidade técnica que lhe é específica.”
A produção da informação é crescente e precisa ser reunida e armazenada de forma eficiente e eficaz obedecendo a critério que anteriormente definimos a ética como um desses critérios.
A conseqüência moral de uma informação infundada em mentiras pode trazer transtornos seriíssimos, por isso precisamos fundamentar qualquer informação recebida ou criada em verdades, verdades estas não do conceito humano e sim em conceitos baseados em fatos comprovados.
Na sociedade da informação torna-se fundamental o uso adequado das potencialidades da TI (como por exemplo, a Internet) como forma de viabilizar as práticas informacionais capazes de gerar novos conhecimentos. Entretanto, este processo poderá ser sistematizado para obtenção de melhores resultados através de adoção dos conceitos de gestão do conhecimento.
A Tecnologia da Informação (TI) tem avançado consideravelmente nesta última década. Alguns dos profissionais dessa área são responsáveis pela manutenção de grandes bases de dados, e podem acessar diretamente os mesmos. Empresas podem guardar qualquer informação sobre seus clientes, como por exemplo, quanto costuma gastar, sua idade, sexo, profissão, etc.
Como essa capacidade de reunir tanta informação sobre o indivíduo está fortemente apoiada nos avanços da Tecnologia da Informação (TI), é muito importante, tanto para os profissionais da área de TI quanto para os de marketing, compreender o significado da privacidade das informações pessoais, para que possam colaborar no desenvolvimento e aperfeiçoamento de instrumentos de proteção deste direito fundamental.
Esta evolução para a sociedade da informação ocorreu, dentre outros fatores, devido à evolução tecnológica – diminuição de custo, redução de tamanho, aumento da capacidade de processamento e aplicabilidade. Além disso, iniciou-se pela automação de tarefas rotineiras liberando as tarefas mais complexas, onde o conhecimento e o compartilhamento do mesmo tornaram-se fatores críticos. Atrelado a isso vimos o fenômeno da aldeia global ser colocado em prática através do surgimento da Internet.
A TI compreende todos os recursos tecnológicos para armazenagem, tratamento e recuperação de dados, que são então transformados em informações úteis à sociedade. Devido à utilização da TI, importantes transformações ocorrem neste momento, principalmente à medida que rotinas físicas ou intelectuais originalmente realizadas por pessoas são gradualmente, e de forma irreversível, substituídas por rotinas executadas por máquinas.
3. DISTRIBUIÇÃO DA INFORMAÇÃO
Anteriormente no capitulo 1 falamos da importância da distribuição da informação, na utilização desta para tomada de decisões, ou seja, ela pode intervir na vida social, gerando conhecimento promovendo o desenvolvimento.
A realidade de onde a informação é produzida tem a ver com a diferença social do país e os habitantes dessa comunidade diferenciam-se segundo suas condições, grau de instrução, nível de renda, religião, raça, acesso e interpretação dos códigos de conduta moral e ética.
A distribuição destas informações também envolve com a diferença social onde ela permeia, ou seja, alguns possuem acesso à rede internacional de informações, como e-mail, sites, blogs e etc, que compactados chamamos de internet.
Isto significa que este meio de comunicação interativa está também aumentando o risco para os indivíduos de ter seus dados manipulados por outros sem a sua autorização. Sofrer invasão de privacidade ou, o que é mais grave, ser envolvidos em situações embaraçosas, pelo uso indevido e nem sempre ético de seus dados pessoais.
A internet é ponto chave desta discussão, pois provoca profunda revisão de conceitos e determinação de novas competências profissionais, de organizações e, sobretudo, de indivíduos. Como nas sociedades reais, as sociedades virtuais devem criar parâmetros de convivência entre os diversos grupos, o que ainda não foi feito na escala necessária.
4. UTILIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO
A era da globalização prometeu a abertura de mercado e igualdade de oportunidades para todos e a era do conhecimento chegou atrelada a tecnologia da informação, a internet permite a disponibilização de dados e informações a qualquer momento e por qualquer pessoa ou instituição. Este fato ocasiona um mundo de informações colocadas de forma desorganizada e conseqüentemente de difícil recuperação, por isso a ética é fundamental.
Citamos em outros capítulos que através da informação pessoas tomam decisões. Você já imaginou um médico com uma informação errada de um diagnóstico de um paciente? Um empresário com um relatório de aplicações financeiras errados?
4.1 A ÉTICA NA ÁREA DE TECNOLOGIA E SISTEMAS.
Casos envolvendo aspectos éticos na área de computação estão aparecendo com muita freqüência e ganhando espaço na mídia, exemplos comuns são os casos de acesso não-autorizado a redes de computadores, vírus, pirataria de software e outros.
O comportamento ético é fundamental para que um profissional de qualquer área seja reconhecido. Os códigos de conduta profissional na área de computação ainda não estão consolidados como em outras profissões como médicos, psicólogos, advogados, etc.
A área de computação ou de informática ainda não é regulamentada no Brasil, conseqüentemente profissionais formados em outras áreas e mesmo pessoas sem formação podem obter emprego nessa área e abrir negócios relacionado a prestação de serviços consultoria e comercialização de produtos de computação. Não são raro que essas pessoas, principalmente quando atuam independentes, comportem-se de maneira inadequada, tanto nos aspectos morais quando éticos.
Não existem atualmente conselhos regionais e federais na área de computação, o que resulta também na inexistência de código de ética e nenhum tipo de vigilância quanto ao bom desempenho do profissional. Outros países têm resolvido esse problema através da criação de sociedades de classes, essas associações adotaram código de ética.
4.2 COMPOSIÇÃO DO CÓDIGO DE ÉTICA EM COMPUTAÇÃO
Os códigos de ética das sociedades profissionais da área de computação no exterior geralmente contemplam seis aspectos básicos:
1 - A sociedade em geral
2 - Os empregadores
3 - Os clientes
4 - A própria organização
5 - Os colegas
6 - A profissão em geral
Alem desses princípios entendemos que outros pontos podem ser levados em consideração em relação à postura que se espera de um profissional de informática:
Respeitar a privacidade de terceiros;
Evitar danos a terceiros;
Ser honesto e digno de confiança;
Ser justo e agir de forma a não discriminar;
Honrar os direitos de propriedade incluindo direitos autorais e patentes;
Honrar a confidencialidade;
Honrar contratos acordos e responsabilidades atribuídas;
Ter acesso a recursos de computação e comunicação apenas quando for autorizado;
Assegurar que usuários e todos aqueles que serão afetados por um sistema tenham suas necessidade claramente tratadas durante a avaliação e projeto de requisitos;
Criar oportunidades para os membros de a organização aprender os princípios e as limitações de um sistema.
5. CONCLUSÃO
Estamos vivendo numa sociedade baseado na informação e no conhecimento que alavancada pela TI provoca transformações a níveis nunca visto. Esta transformação tem um forte impacto em todos os setores e em todos os sentidos. A sociedade também é afetada, assim como os cidadãos que a compõem. Nesta sociedade as práticas informacionais de geração, transferência, acesso e uso da informação podem constituir-se em elementos que facilitam ou impedem o desenvolvimento da cidadania. A Internet possui características que podem ser exploradas no sentido de atuarem como elementos facilitadores do desenvolvimento da cidadania.
A questão da privacidade e segurança da rede mundial de computadores é um tema que tem sido amplamente debatida, no entanto muitos cientistas da computação têm avançado em suas pesquisas, objetivando criar mecanismos de segurança cada vez mais eficientes. Sabemos que precisamos de profissionais com caráter ético e consciência social. Precisamos de uma legislação menos omissa, que garanta ao cidadão seus direitos primordiais.
A questão da ética na tecnologia parece ser conseqüência da falta de difusão da ética como prática cotidiana entre as pessoas. Os valores e referências de uma sociedade competitiva e centrada em resultados parecem sugerir uma constante necessidade de superação, valorizando a diversidade da busca e vendo qualquer limitação como um problema. E a ética é uma limitação. Sendo a ética um limite em si, ela se torna um problema. A grande questão que se nos apresenta é a de escolher coletivamente quais os traços delimitadores da ética. Essa escolha determinará o rumo e o perfil de nosso futuro.
A Ética, seja ela aplicada à tecnologia ou qualquer outra área de atuação, é uma escolha do indivíduo. Se ela é um conceito do homem e para o homem, é no escolher que o ser humano define seu caminho e seu futuro. Neste debate sobre Ética deve se ter sempre em mente que a escolha final é de cada um.
• Ética aplicada: relacionada com a conduta diária de uma pessoa.
• Ética Profissional: relacionada com a conduta de pessoa engajada na prática de uma profissão particular.
• Ética em computação: abrange os dois aspectos
– Profissional em computação
– Usuário da computação.